Friday, January 19, 2007

Trilogia da Morte

Babel do cineasta mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu, encerra sua Trilogia da Morte, que se completa com Amores brutos, de 2000, e 21 Gramas, de 2003. Os três filmes utilizam a mesma estrutura: histórias distintas que em um determinado momento da narrativa se encontram. Pequenos elementos são os pontos de intercessão entre as histórias de cada filme e acabam responsáveis por outra característica marcante da trilogia: as situações limite pelas quais passam cada personagem.
Em Amores Brutos a paixão desmedida é o tema principal. O diretor passeia pelas diferentes atmosferas de cada história sem perder o equilíbrio entre a ferocidade, a naturalidade e a introspecção.
Em 21 gramas a perda é o centro de todos os conflitos. Neste o diretor e o roteirista, Guilhermo Arriaga, vão além e brincam também com a cronologia de suas histórias, o que causa um envolvimento mais intenso do espectador com o filme. Marcados por tragédias os pobres seres humanos de 21 Gramas são a imagem real da dificuldade que temos em enfrentar o vazio provocado pela ausência.
Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático (2007), Babel não traz no seu nome essa referência bíblica por acaso. O filme trabalha com as diferenças culturais e a desumanização das relações entre as pessoas do mundo contemporâneo. E, como em todos os outros, a relação entre pais e filhos também se apresenta de maneira contundente.
Ao assistir esses três filmes não é importante montar uma história linear; o grande desafio talvez seja encontrar a morte, que realmente permeia cada filme; seja ela física, social ou psicológica.

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