Tuesday, March 27, 2012

Chocolate - Meninas dão porrada!



Nem só de maquiagem e creminhos vive uma mulher... gosto de um monte de coisas do mundo masculino, dentre essas, filmes de porrada! A algum tempo atrás vi um ótimo, "Chocolate" (também conhecido como Chocolate Fighter) de 2008. Muito bakana porque a protagonista é uma menina que bate por metro quadrado!

O roteiro é mais ou menos e explico: praticamente não temos filmes em que a protagonista seja o ás da luta marcial e quando acontece, a garota é autista. Nada contra, que fique claro, mas por que a garota precisa ser especial para ser uma foda em lutas? Mais a frente do filme, vemos que ela é inigualável e não existem oponentes para ela... Até que surge um... que para ser oponente, é também um garoto especial. Precisa ser assim? Apesar disso,  o roteiro tem sacadinhas engraçadas e um personagem "escada" (Moon) que é bem legalzinho. Salva!




O que verdadeiramente me impressionou foi a técnica de luta para cinema! Conta-se que tiveram muitos problemas de produção das sequências, já que haviam de fazer adaptações para que a garota pudesse "encarar" os caras de verdade, ou pelo menos parecer de verdade. Mas JeeJa Yanin (Zen adolescente) dá conta do recado!




A edição é bem bakana, rápida como deve ser, com vários cortes e sequências ótimas. Os momentos "on the beat" (em que trilha e corte aparecem juntos) acontecem bastante, contribuindo para a ação. Mas o legal mesmo são as sequencias finais de batalha (vira isso mesmo), onde não exite trilha sonora, somente  efeitos de som que acompanham a luta e os cortes dados por várias câmeras. Vale uma sequencia feita nas paredes de um prédio (!), que me lembrou muito o video game Shinobi (o de fliperama, que fique claro), porque não para de sair gente pelas janelas e portas do lado externo do prédio. Muito bom!


Os tailandeses não economizam para fazer cinema de artes marciais, mesmo não tendo orçamentos gigantescos como os americanos. Entretanto, isso não impedirá que você veja cenas incríveis em vários ângulos de câmera e com direito um momento lúdico: o sonho 3d de vídeo game que Zen tem pouco antes de descobrir que sabe mesmo lutar!


Sinopsezinha: Zin, uma mulher de beleza exótica e parte da máfia tailandesa, se apaixona por Masashi, um gangster japonês, de passagem pela Tailândia. 

Quando o chefe (e namorado) de Zin descobre que está sendo traído, o bicho pega! Zin, temerosa, manda Masashi voltar para o Japão. 

Grávida, foge para ter sua filha em paz. Assim que a criança nasce, Zin descobre que a filha é autista e deixa tudo para viver exclusivamente para a garota. Contudo, a menina parece ter uma grande atenção para as artes marciais. Ela desenvolve seu dom, mostrando reflexos rápidos e absorvendo tudo o que vê. Lógico que é muito mais que isso... mas vale a pena, então procura pra ver!

Beijos e até o próximo <3

Monday, February 06, 2012

DUAS VEZES SPIELBERG


O primeiro filme realizado por Steven Spielberg foi a excepcional produção feita para televisão “Encurralado”, de 1971. Já nesse primeiro trabalho era possível dizer que o cinema estava diante de um talento incalculável.

Analisando a obra do cineasta é possível constatar que, assim como seus amigos Martin Scorsese, George Lucas, Brian De Palma e Francis Ford Copola, ele se trata de um apaixonado pela sétima arte, um verdadeiro nerd do cinema. Fato comprovado pelas suas duas produções recentes, “Cavalo de Guerra” e “As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne”.

CAVALO DE GUERRA

Contradizendo a maioria das críticas preciso dizer que gostei, e muito, deste épico de Spielberg.

Inspirado no livro de Michael Morpurgo, o filme acompanha a odisséia do cavalo Joey durante a Primeira Guerra Mundial. Esteticamente Cavalo de Guerra é um filme à moda antiga, onde ele utiliza a magnífica fotografia de seu parceiro Janusz Kaminski, para fazer uma bela homenagem ao cinema de mestres como John Ford e David Lean.

Freqüentemente acusado de sentimentalismo o cineasta destila aqui aquilo que prefiro entender como humanismo, assumindo todos os riscos que isto significa na nossa sociedade sínica e arrogante.

AS AVENTURAS DE TINTIM

Criado pelo cartunista belga hergé no final da década de 20, o jornalista tintim povoa a mente de steven spielberg a mais de 30 anos. Ele esperou o momento e a técnica exata para criar um filme esplêndido.

Em seu “As Aventuras de Tintim: O segredo do Licorne”, ele uniu duas histórias diferentes do personagem em uma só. A trama mostra o jornalista investigando o mistério em torno de uma réplica de um navio chamado Licorne. A busca leva ele e seu cão Milu a conhecerem o Capitão Haddock, e juntos precisam encontrar o segredo que a miniatura guarda antes do maléfico Rackham.

Tintim marca também a união de dois gênios da engenharia cinematográfica, Steven Spielberg e Peter Jackson. Realizado com a técnica de motion capture, a mesma que deu vida ao Gollum de “O Senhor dos Anéis”, a animação consegue se aprimorar onde outras produções falharam, seus personagens possuem expressões faciais e corporais extremamente realistas.

Acima de qualquer coisa “As Aventuras de Tintim” é um retorno do cineasta ao gênero que o consagrou no início de sua carreira, ou seja, um cinema que abraça sem reservas a inocência das cinesséries da década de 30 e 40.

Para quem gosta de cinema, do bom cinema para ser mais exato, ter Steven Spielberg de volta às telas é mais do que uma oportunidade de ver o trabalho de um mestre, é um privilégio.