Thursday, August 31, 2006

Estréias - A Dama na Água


Depois do sucesso de “O Sexto Sentido” e “Corpo Fechado” e do fracasso de “Sinais e “A Vila”, o novo filme do diretor indiano M. Nigth Shyamalan, “A Dama na Água”, pode ser visto como um desempate na sua carreira, seja para o bem ou para o mal.

A piscina de um típico complexo de apartamentos na Filadélfia é a morada de uma narf, ou ninfa das águas, que é descoberta pelo zelador interpretado por Paul Giamatti. Ela precisa completar uma tarefa e retornar para seu mundo. Mais uma vez Shyamalan utiliza o fantástico e cria uma mitologia própria, eco das histórias de ninar que ele contava para suas filhas.

Ao trazer a magia para o cotidiano patético do zelador, perde-se a fantasia. Fica difícil acreditar numa história mítica que se passa num mundo tão cínico como o nosso. Mesmo com as boas interpretações de Giamatti e Bryce Dallas Howard, “A Dama na Água” acaba afundando em seus próprios erros. O placar agora está negativo para Shyamalan.

Tuesday, August 01, 2006

FIT BH 2006


O espetáculo “Arca” do grupo polonês Ósmego Dnia, que abriu o FIT BH 2006, apresentou para a platéia uma história com estrutura épica, grandiosa e de muita beleza estética, fruto do trabalho de um grupo que tem mais de 30 anos de atividades e mais de quarenta espetáculos no currículo.

Fogo, luzes e muita musica. Durante todo o espetáculo o público foi bombardeado por imagens de encher os olhos. No início um confuso casamento com atmosfera cigana regado a muita bebida. O caos é instalado quando um pequeno barco de bárbaros invade e incendeia a cidade. Os moradores sobreviventes fogem com o pouco que lhes resta, até que finalmente a arca passeia no meio do público em busca de seu destino.
Apesar da beleza visual o espetáculo não consegue atingir o público, talvez por sua linha conceitual. A oitava edição do FIT BH zarpou, porém seu espetáculo de abertura não conseguiu bons ventos para velejar plenamente.

Friday, June 16, 2006

Carta a Carlos Alberto Parreira


Prezado Senhor Técnico da Seleção Brasileira de Futebol,

Não sei o quanto você sabe sobre a expectativa do povo brasileiro com a Copa do Mundo. Permita-me descrever algumas imagens que podem demonstrar o tamanho da paixão que o brasileiro sente pela sua seleção:

Às vésperas do jogo de estréia contra a Croácia, sempre que eu me dirigia ao trabalho ficava impressionado com a enorme quantidade de enfeites pelas ruas. Nos carros as pessoas exibiam com orgulho a bandeira brasileira e até mesmo nas moradias mais humildes era possível visualizar o nosso verde e amarelo, isso em casas e locais onde as pessoas não têm motivo algum para expressar seu patriotismo. Depois do jogo e daquela atuação medíocre confesso que senti um desânimo geral, não é para menos! Sei que é complicado lidar com favoritismo e faço idéia o quanto deve ser difícil trabalhar com estrelas, mas me vejo na obrigação de deixar um recado para que você passe a seus comandados: Quando entrarem em campo, em qualquer jogo, lembrem-se daqueles jogadores que vieram antes de vocês e que são a base de sustentação do sucesso de nosso futebol. Eles ganhavam muito menos e jogavam muito mais!

Tuesday, June 06, 2006

Em Cartaz - maio 2006

Em maio consegui assistir a dois blockbusters que estão em cartaz, o primeiro foi X-Men: O Confronto Final.

Seqüência da franquia iniciada por Brian Singer em 2000, o filme está agora nas mãos do diretor Brett Ratner que, contradizendo as expectativas, fez um ótimo trabalho. A primeira qualidade do longa de Ratner é que ele não ignorou as seqüências anteriores, pensando em dar um toque pessoal ao filme. Seu X-men é realmente uma seqüência. Outro ponto alto é a profundidade da história, o enredo é mais dramático, o que delineia ainda mais as características de cada personagem, já o sub-enredo permanece o mesmo, X-Men continua sinônimo de crítica ao racismo e a xenofobia.

P.S: Vale a pena esperar o término dos créditos finais!!!

Já O Código Da Vinci deixou a desejar. A adaptação que o diretor Ron Howard fez do Best Seller de Dan Brown não faz jus nem ao que o livro traz de melhor: o suspense. Ron Howard parece sempre estar correndo com a história para que nada fique de fora. As intervenções que o roteiro realiza são sofríveis, salvo aquela que transforma os dois criptex em um só. Se o livro já era repleto de informações infundadas e sem comprovação histórica o filme chega como uma grande sacada comercial. Visto o mundo de publicações e documentários que surgiram após a publicação de O Código Da Vinci, não é surpresa alguma Hollywood querer sua fatia do bolo.

Wednesday, May 24, 2006

O filme dos filmes


Quando escutei pela primeira algo sobre o "Cidadão Kane" pensei logo que seria um filme, no mínimo, chato. Nas minhas diversas idas à locadora sempre esbarrava com a fita (na época não havia dvd), na prateleira dos clássicos. Comecei a fazer jornalismo e o dito continuava a me perseguir. Era Kane pra cá, Kane pra lá! Foi então que minha professora de Fundamentos de Cinema passou trechos do filme e eu percebi o tamanho da minha ignorância. Tratei logo de alugar e assitir, e a cada sequência eu me impressionava mais. Ele trata da manutenção do poder e de como esse poder pode afetar a vida das pessoas, principalmente pessoas inocentes como uma criança. Kane também fala da importância das coisas simples da vida, como um trenó. Muitas pessoas podem preguntar: o que faz de "Cidadão Kane" o melhor filme de todos os tempos (escolhido pelo American Film Institute em 1998)? Depois das revoluções causadas por Griffith e seu "O Nascimento de uma Nação" e por Eisenstein e "O Encouraçado Potemkin"; Orson Welles trouxe o que podemos chamar de cinema moderno. Ele não foi o primeiro a introduzir flashbacks, mas a maneira como ele utilizou esse recurso é que pode ser considerada inovadora; o filme inteiro é um grande flashback. Ele não foi o primeiro a trabalhar o sentido de luz e sombra (coisa que o expressionismo já realizara), mas soube utilizar isso como uma homenagem à escola alemã e com isso deu características específicas aos diferentes momentos da vida do personagem principal.
O filme é um amontoado de histórias que recriam a tragetória do "fictício" maganata da imprensa americana Charles Foster Kane. Seu início obscuro contrasta com a sequência do cine-jornal em que o diretor mostra, de forma rápida e funcional, toda vida de Charlie Kane; para depois se ater aos sentimentos e opiniões particulares que pessoas próximas tinham dele. "Cidadão Kane" trouxe para Orson Welles o devido reconhecimento artístico, calando a boca de muitos que não acreditavam no talento daquele jovem debutante em cinema, mas foi também o responsável pelo início da decadência do diretor. O milionário da imprensa americana, William Randolph Hearst, se identificou com Kane e partiu numa batalha para destruir o filme. Sua influência em Hollywood era enorme e ele trabalhou incessantemente para que Kane não fosse lançado. Hearst não conseguiu e o filme estreou em primeiro de maio de 1941, mas o boicote que seus jornais fizeram ao filme levou Kane a fracassar nas bilheterias o que quase causou a falência do estúdio RKO. No Oscar, Kane estava concorrendo a 8 prêmios, inclusive melhor filme, mas venceu apenas Melhor Roteiro, que Orson Welles precisou dividir com Herman J. Mankiewicz. "Cidadão Kane" só conseguiu um lugar ao sol 20 anos após seu lançamento. Depois dos estudos que o crítico André Bazin realizou sobre o filme ele foi apontado pelo British Film Institute, em 1962, como a obra cinematográfica mais importante de todos os tempos. Ainda hoje ele apresenta criatividade narrativa, originalidade técnica e beleza visual, "Cidadão Kane" pode e deve ser considerado como o marco zero do cinema moderno.

Friday, May 05, 2006

Nada a dizer

Bom, acabei de criar meu blog e por enquanto não tenho nada a dizer.